Trabalhos 2017
Escola EB 2,3/S Dr. Daniel de Matos
Escalão: 2º escalão (2º e 3º ciclos do ensino básico)
Descrição do painel:
O pinhal constitui o tipo de floresta mais representado em Portugal, ocupando aproximadamente 35% da área florestada. As zonas de transição entre os pinhais e os campos agrícolas, muitas vezes atravessados por ribeiros e riachos, são tipicamente zonas de grande biodiversidade.
Foram estes ambientes de vida e os seus habitats que serviram de suporte para a pesquisa, feita pelos alunos, no âmbito do Desafio UHU – Biodiversidade.
Nas margens que envolvem os ribeiros (ribeira de poiares e afluentes) um bosque de árvores de folha caduca destaca-se pela mistura de espécies. Nestes bosques encontramos amieiros (Alnus glutinosa), choupos (Populus nigra), salgueiros (Salix sp.) e sanguinho-de- água (Rhamnus frangula), típicos das margens dos rios e ribeiras de Portugal. Nestes bosques coexistem ainda o loureiro (Laurus nobilis), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o vidoeiro (Betula celtiberica), o carvalho-americano (Quercus rubra) e castanheiros dispersos (Castanea savita).
Na transição para o pinhal encontramos áreas ocupadas por invasoras como a acácia-da-austrália (Acacia melanoxylon), a acácia-mimosa (Acacia dealbata) e a robínia (Robinia pseudoacacia), que se têm disseminado.
O eucalipto (Eucalyptus globulus) ocupa extensas áreas como resultado das plantações feitas pelo homem. Nos matos e matagais ocorre uma diversidade de espécies espontâneas de grande importância para o ecossistema, como o medronheiro (Arbutus unedo), o carrasco (Quercus coccifera), e o folhado (Viburnum tinus), a urze-branca (Erica arborea), o tojo (Ulex europaeus) ou a giesta (Spartium junceum).
A abundância e diversidade da fauna assumem grande importância. Numa região onde domina uma espécie florestal (Pinheiro-bravo), existe uma riqueza faunística razoável. Assim, podemos encontrar mamíferos como o texugo (Meles meles), o toirão (Mustela putorius), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus) ou a doninha (Mustela nivalis). Escondidas da pressão humana e com um comportamento esquivo, mas procurando precisamente as zonas de transição dos campos agrícolas para o pinhal, ocorrem na região várias espécies cinegéticas tais como a raposa (Vulpes vulpes), o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) e a perdiz (Alectoris rufa). Nas últimas décadas tem vindo a ocupar o território o esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris).
Nas aves destacam-se algumas rapinas nocturnas (mochos, corujas e bufos. strigiformes) que foram o “alvo” do estudo para o Desafio Uhu, como o mocho-galego (Athene noctua) e a coruja-do-mato (Strix aluco). O fato de serem aves com hábitos essencialmente noturnos e carnívoras e terem os seus habitats ameaçados (agricultura intensiva, florestação…) foram fatores de interesse para os alunos.
Nas longas noites de inverno e primavera faz-se ouvir o prolongado e ondulado chamamento do Bufo real (Bubo bubo)… Uhuuhuuhu…
Entre muitas outras espécies de aves presentes na região, refira-se ainda o cuco-canoro (Cuculus canorus), o chapim-real (Parus major) ou a gralha-preta (Corvus corone). As aves insectívoras, importantes no controlo de pragas e doenças da floresta, procuram alimento nos troncos, tais como a trepadeira-azul (Sitta europaea), o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), o pica-pau-malhado-grande (Dendrocopus major) ou o pica-pau-verde (Picus viridis).
Memória descritiva:
O projeto “Desafio UHU” foi desenvolvido pelos alunos do 5º ano (turma C) e pelos alunos que frequentam o Clube da Criatividade (alunos do 2º e 3º ciclos).
Num primeiro momento foram explorados os pressupostos do projeto, nomeadamente os conceitos de biodiversidade e habitat, assim como, a importância da preservação dos ecossistemas e a importância da proteção de espécies ameaçadas.
Posteriormente foi identificado um ecossistema na área geográfica do concelho de Vila Nova Poiares. A seleção recaiu sobre as zonas de transição entre a floresta (pinhal) e os campos agrícolas. Nesta região podemos encontrar flora autóctone (ácer, amieiro, medronheiro, castanheiro, pilriteiro, freixo, loureiro, carvalho(s), salgueiro(s), urze-arbórea,…), mas as arvores dominantes são o pinheiro bravo e o eucalipto.
Após a identificação da flora os alunos procederam ao levantamento da biodiversidade animal. No presente ano a atenção recaiu sobre as aves, nomeadamente mochos, corujas e bufos (strigiformes). O fato de serem aves com hábitos essencialmente noturnos e carnívoras e terem os seus habitats ameaçados (agricultura intensiva, florestação…) foram fatores de interesse para os alunos.
Depois da caraterização das espécies. Numa segunda fase os alunos planificaram o trabalho a desenvolver com o objetivo de dar resposta aos pressupostos do projeto. Assim foi criado um painel representando o ecossistema e modelos tridimensionais dos animais.
O painel e os modelos vão estar expostos à comunidade educativa nas atividades de encerramento do ano letivo.
O produto final utilizou como materiais painel de papelão (reutilizado) 1,5 x 2 m, cola, papel de jornal, tintas (…)
Fotos do painel: