Select Page

Trabalhos 2023/2024

Photo Frame

Associação Externato Santa Joana (Sesimbra)

Escalão: 

Fotos do trabalho:

O que motivou a escolha da paisagem representada?
Na sequência de uma saída ao exterior, para a realização de uma aula de movimento expressivo, na praia de Sesimbra, o grupo, espontaneamente tomou a iniciativa de recolher alguns elementos e materiais que se encontravam na praia. A praia onde decorreu a atividade, estava “cheia de oportunidades” de investigação, deixadas pelas marés daquela semana. A praia da Califórnia situa-se a poucos metros da nossa escola (4 /5 minutos a pé) e tem grande valor afetivo para o grupo, tendo em conta a proximidade, riqueza natural e cultural, oportunidade de vivências, aprendizagens e criação de memórias.
Foi mesmo ali que decidimos, que esta seria a paisagem ideal para o nosso desafio. Para além da sua beleza e riqueza naturais, os nossos olhos também observam “perigos”, que deixaram no grupo preocupações e uma inquietação para agir.
Tirámos assim uma bela fotografia à paisagem, na qual as crianças fizeram questão de aparecer em grupo. E que devidamente fundamentada a sua intenção, decidi ceder ao pedido, pois como disseram “Esta é a nossa fotografia, queremos aparecer!”.

Memória descritiva:
Processo de Desenvolvimento:
O grupo da sala das Estrelinhas é constituído por vinte e três crianças, entre os três e os seis anos, que de acordo com as suas capacidades e interesses participaram na recolha, investigação sobre as espécies e “pistas” encontradas no local, envolvendo-se em todo o processo de forma entusiástica.
Detentores de uma curiosidade natural e espírito critico, característica deste grupo de crianças, a par das suas preocupações ambientais, realizaram a descoberta e recolha dos elementos naturais disponíveis de forma orgulhosa, como se de tesouros se tratassem. Rapidamente recolhemos, pedras, conchas, paus, penas, areia, penas de choco, caracol, veleiros, …
O primeiro passo da organização do processo de investigação, foi a lavagem, seleção e organização por características e o registo fotográfico. Seguindo-se a produção de ilustrações com desenho através da observação direta e a análise com microscópico.
Seguidamente, procurámos aprender com os “mais experientes” (familiares e comunidade escolar, com histórias de vida ligadas ao mar e à pesca) e algumas pesquisas na internet com orientação. Para complementar a nossa pesquisa, pedimos ajuda à “mãe bióloga”, que nos emprestou alguns livros da sua formação, onde conseguimos encontrar algumas imagens semelhantes e recolher informação.
Foram ainda utilizados como recursos de investigação as “Maletas de Sustentabilidade- Serra da Arrábida e Mar”, disponibilizadas pela ENA. E recorremos à consulta de folhetos informativo sobre o “Parque Marinho Professor Luiz Saldanha”, recolhidos no Posto de Turismo de Sesimbra.
Para concluir a nossa pesquisa pedimos ainda apoio aos parceiros Eco-escolas do município e parceiros Escola Azul, ao nível dos profissionais da área da geologia e uma bióloga marinha respetivamente.
Conseguimos deste modo, uma elevada quantidade de informação, impossível de conseguir representar na sua totalidade na nossa collage, mas que devido à sua “riqueza”, diversidade e vontade de aprender do grupo, decidimos partilhar e articular com o desafio “Rota Postal da Biodiversidade e Geodiversidade”.
No decorrer do processo de investigação, aprendemos que a Praia da Califórnia está inserida no Parque Natural da Arrábida, uma serra de estrutura calcária. Esta praia é abrigada no mar calmo da baía de Sesimbra e tem um grande areal de águas calmas e límpidas do oceano atlântico.
O mar de fundo arenoso, com uma zona de rochas e blocos resultantes de derrocadas da falésia junto à costa, faz parte do “Parque Marinho Professor Luíz Saldanha”. E nesta área protegida facilmente se podem observar moluscos, polvos, chocos ou crustáceos. Tivemos o privilégio de encontrar na nossa ida à praia, alguns dos habitantes ou elementos constituintes deste património natural ou pistas sobre estes, o que facilitou as aprendizagens tendo em conta a vivência da experiência na primeira pessoa.
Tendo em conta a técnica de Collage, decidimos que gostaríamos de utilizar materiais que de alguma forma “representassem” a própria paisagem. Em grande grupo, decidimos que iriamos utilizar a areia como elemento principal e outros materiais também recolhidos no local.
Uma criança “decalcou” à janela, a fotografia impressa em A3 e com o apoio de uma folha de papel vegetal transpôs para a folha de papel reciclado que preparámos em sala (a produção de papel reciclado é uma técnica já utilizada pelo grupo).
Com a água salgada recolhida na praia, criámos a técnica de pintura com aguarelas para as atividades relacionadas com o oceano e desenvolvemos a experiência de coloração da areia da praia, de forma a aumentar a possibilidade de cores para a construção da nossa collage. Foi realmente, uma experiência com sucesso.
Para além da areia, utilizamos os “lixos” recolhidos no local, nesses dia e noutro especialmente planeado numa ação de limpeza do local envolvendo as famílias, inserido e na GlobalActionDays, consequência da preocupação gerada no dia do início da atividade. Dinâmica que fez parte da exposição artística “Abraçar o mar”, ação de sensibilização à comunidade, patente na Fortaleza de Santiago.
Seguidamente, em pequenos grupos e/ou em momentos individualizados, a colagem das areais coloridas e os materiais selecionados por cores e texturas foram se conjugando, de forma a representar a bio e geodiversidade do local.
Foi “replicada” a fotografia original, sendo, no entanto, dado espaço à criatividade do grupo. De forma original, os elementos recolhidos foram colados de modo a produzir uma imagem, onde além da Natureza se evidência a problemática do lixo, construção e turismo, que afetam e influenciam de forma negativa este nosso património natural.
Estão identificados na nossa collage, de forma criativa:
Veleiro (Velella Velella), Asa de Anjo (Pholas Dactylus), pena de Gaivota (Laridae), Pena de Choco (Sepiida), Lapa (Patella), perna de Caranguejo ( Necura Puber), Ameijoa (Laevicardium Crassum), Berbigão (Gerastoderma Glaucum), Mexilhão (Mytilus), Madrepérola (Anomia ephippium); Pequenas algas e vegetação; Pedras e areia; Pequenos lixos; “Crianças da Sala das Estrelinhas”
Objetivos:
Dar a conhecer a biodiversidade e a geodiversidade do nosso concelho, valorizando as zonas protegidas da Serra da Arrábida e o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha;
Incentivar a ligação à natureza, sensibilizar as crianças e comunidade para a problemática do lixo marinho e através de pequenos gestos contribuir para a criação de gerações mais responsáveis e participativas, que contribuam para a sustentabilidade do Oceano.
Integração Curricular:
De acordo com os fundamentos e princípios subjacentes às Orientações Curriculares para a Educação pré-escolar, numa abordagem integrada e globalizante das diferentes áreas de conteúdo, a intencionalidade pedagógica contempla a aprendizagem articulada do saber, abordando de forma integrada e globalizante as diferentes áreas de conteúdo e respetivos domínios: Área de Formação Pessoal e Social; Área de Expressão e Comunicação; Área do Conhecimento do Mundo
Existe uma continuidade entre o brincar e o aprender, que se articula com a criança sujeito e agente do processo educativo. Garantindo o direito de ser escutada nas decisões relativas à sua aprendizagem e de participar no desenvolvimento do currículo.