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Trabalhos 2023/2024

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Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora (Caminha)

Escalão: 

Fotos do trabalho:

O que motivou a escolha da paisagem representada?
O “Desafio UHU 23/24 - Collage Paisagem do meu Concelho” é promovido pela ABAE e Eco Escolas e foi desenvolvido na EBS do Vale do Âncora, envolvendo quarenta e seis alunos de duas turmas (VA 2A e VA 2B), três docentes, assistentes operacionais, pais/encarregados de educação e o coordenador da escola.
A nossa escola é uma instituição bastante preocupada com as questões ambientais. Os alunos são permanentemente motivados e sensibilizados, transversalmente em todas a áreas de ensino, para a necessidade de proteger e preservar o Planeta, a sua biodiversidade, assim como todos os ambientes e as espécies que neles coabitam e dependem, educando para uma cidadania ativa.
Aceitando o desafio da Eco Escolas, foi reforçada a sensibilização, junto dos alunos e encarregados de educação, para desenvolver o desafio e dar continuidade ao tema integrador do Agrupamento de Escolas do Concelho de Caminha (AECC) “@amar”.
Dinamizou-se um trabalho interdisciplinar de modo a aprofundar, reforçar e enriquecer as Aprendizagens Essenciais (AE) e a desenvolver competências do PASEO. Este projeto aglutinou AE das disciplinas de Português, Estudo do Meio, Educação Artística e Competências Digitais. Este trabalho privilegiou o desenvolvimento das capacidades de pesquisa, a avaliação, a reflexão, a capacidade expressiva e criativa e a capacidade de comunicar de forma adequada, utilizando meios e recursos digitais.
A EBS do Vale do Âncora há já longos anos que desenvolve projetos de âmbito ambiental, nomeadamente ações relacionadas com a floresta. Tem desenvolvido alguns projetos de sementeira de bolotas tendo, para isso, as várias turmas, recolhido milhares de bolotas junto ao Dólmen da Barrosa. Este Dólmen é um monumento megalítico funerário, situado em Vila Praia de Âncora, perto da nossa escola. Foi classificado monumento nacional em 1910 e é considerado um dos monumentos megalíticos mais emblemáticos da Península Ibérica, documentando aspetos culturais do período Neolítico tardio, isto é, fim do 3º e início do 2º milénio.
Assim, as bolotas recolhidas no espaço envolvente ao Dólmen da Barrosa foram semeadas, pelos alunos, da mesma forma como o faz o gaio comum (Garrulus glandarius). Esta ave das nossas florestas é um incansável semeador de bolotas. Deste modo, cada aluno e com a própria mão, fez uma pequena cova onde depositou a bolota deitada, tapando-a, de seguida, com um pouco de terra. Após a sementeira, era notória a satisfação de todos os alunos pela consciência da importância do trabalho desenvolvido para a preservação da biodiversidade no nosso planeta.
Esta atividade, de uma enorme riqueza multidisciplinar, aproximou os alunos da Natureza e procurou levá-los a compreender a importância de respeitar todas as espécies animais e vegetais, entre as quais se incluem os seres humanos, na busca de um equilíbrio entre a criteriosa exploração dos recursos naturais disponíveis e a salvaguarda da vida deste planeta que é a nossa Casa Comum.
O gaio comum é geralmente sedentário e solitário, à exceção do período de acasalamento, em que vivem temporariamente em grupo. O ninho é construído pelo casal, em fins de abril ou princípios de maio, usualmente em árvores, arbustos, árvores ocas ou caixotes-ninho que, em princípio, estariam destinados à coruja-do-mato. O gaio comum desempenha um papel importante na dispersão de sementes e na manutenção do equilíbrio ecológico.
O seu regime alimentar é omnívoro, comendo praticamente de tudo, variando consoante a estação do ano e a disponibilidade de alimento. Quando há bolotas em abundância, fazem uma reserva para o inverno, escolhendo-as rigorosamente em função da sua maturidade, do seu tamanho, e da sua qualidade, evitando em particular as que estejam bichadas. As bolotas são enterradas no chão com o bico, e posteriormente tapadas. Aquelas que eles não conseguem voltar a encontrar, germinam muitas vezes no ano seguinte, ajudando assim à propagação das árvores das quais provêm. Estima-se que cada gaio possa dispersar um milhar de bolotas por ano.

Memória descritiva:
Esta atividade sobre o gaio comum no espaço envolvente do Dólman da Barrosa foi realizada em trabalho colaborativo entre os alunos das duas turmas do segundo ano.
Numa primeira fase, fez-se um diagnóstico no sentido de serem aferidas possibilidades de construção, considerando o aspeto visual de uma paisagem do nosso concelho e de um gaio comum, as técnicas a utilizar e procedimentos a adotar. Posto isto, os alunos fizeram um desenho criativo sobre esta temática e a partir de todos os desenhos obtidos, foi elaborada uma compilação de ideias para a elaboração do trabalho final que irá representar a escola neste projeto/desafio.
Após esta fase os alunos trocaram ideias para selecionar os materiais reciclados mais adequados a usar na construção do “Gaio Comum” no seu habitat natural e do Dólman da Barrosa, procedendo-se posteriormente à recolha dos mesmos com a ajuda da toda a comunidade educativa.
Com base no projeto, utilizaram papel de jornal e revistas para reproduzir a ilustração da paisagem escolhida recorrendo à técnica de colagem.
Todos os alunos estavam motivados e envolvidos em todo o processo desta construção, ao mesmo tempo que se sentiam orgulhosos por participarem no nascimento do nosso “Gaio comum” no Dólmen da Barrosa.
O desenvolvimento deste desafio potenciou a cooperação e o trabalho em grupo, assim como proporcionou a troca de ideias entre os alunos e incentivou à imaginação, à criatividade e ao sentido estético.