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Escalão: 

Fotos do trabalho:

O que motivou a escolha da paisagem representada?
No coração de Felgueiras, esconde-se um refúgio encantado: as Barrias, em Jugueiros. Felgueiras, situada no norte de Portugal, é conhecida por sua história, cultura vibrante e belíssimas paisagens naturais. Entre memórias de infância dos alunos e o desejo de reconectar com a natureza, elegemos a rã como elemento central da nossa composição. A escolha da rã visa destacar a biodiversidade da região, uma vez que estes animais são importantes indicadores de um ecossistema saudável e são frequentemente encontrados em áreas húmidas e vegetativas como as de Jugueiros.
As rãs desempenham um papel crucial nos ecossistemas, controlando populações de insetos e servindo de alimento para diversos predadores. Além disso, são bioindicadores, o que significa que sua presença reflete a qualidade ambiental e a saúde dos ecossistemas.
No entanto, deparamo-nos com a realidade das mudanças climáticas, que alteraram significativamente a humidade local, transformando este habitat, outrora ideal, em um local inabitável. O aumento das temperaturas, mudanças nos padrões de precipitação e a poluição são algumas das causas dessas alterações adversas. Estas mudanças não só ameaçam as rãs, mas também impactam toda a biodiversidade da região.
Utilizamos este trabalho como meio de denúncia para destacar uma realidade alarmante e preocupante. Ao representar rãs no seu habitat natural, como à beira de rios, enfatizamos a importância da conservação ambiental e a riqueza da fauna local. É crucial agir para mitigar os efeitos das alterações climáticas e proteger os ecossistemas naturais antes que seja demasiado tarde.
Proteger o meio ambiente não é apenas uma questão ecológica, é também preservar a identidade e a herança ambiental de Felgueiras.

Memória descritiva:
No presente trabalho, realizado pelos alunos do 11º ano, no âmbito da disciplina de Desenho A, optamos por explorar uma variedade de técnicas e materiais para criar uma composição rica e detalhada, tendo como principal elemento a rã. A escolha dos materiais e métodos foi guiada pela intenção de criar uma obra que combinasse texturas, profundidades e elementos naturais de forma harmoniosa.
Para representar a rã, utilizamos uma técnica que utiliza um isqueiro para derreter lápis de cera de diferentes cores. Esta técnica conferiu uma textura única à rã, criando uma aparência mais realista e dinâmica. A utilização desta técnica obrigou a vários testes numa folha antes de aplicar na composição principal. Assim foi possível testar e aperfeiçoar o processo. A fixação de alguns pedaços que perderam a aderência foi efetuada com cola em spray, garantindo uma fixação mais eficaz. Para simular a viscosidade natural da rã, aplicamos uma camada de laca, conferindo assim brilho e realce aos detalhes. A colocação da rã na composição final foi feita com um bisturi para uma manipulação mais precisa e fixada com cola universal para uma integração harmoniosa e eficaz.
À esquerda da rã posicionamos um conjunto de rochas que visam, não apenas representar elementos de contexto visual, mas também adicionar textura e profundidade à composição. Para criar as rochas, utilizamos um conjunto de materiais como: papel higiénico, cola branca e tinta acrílica. Enrolamos o papel até formar bolas compactas com cola branca, que depois foram pintadas com camadas de tinta em tons de cinza claro, escuro e preto. Este método permitiu criar efeitos de luz e sombra, conferindo uma sensação mais realista de tridimensionalidade. A cola branca permitiu a fixação das bolas de papel higiénico, garantindo rigidez e maior durabilidade sem comprometer a aparência.
O fundo da composição foi inspirado numa fotografia das Barrias de Jugueiros, onde uma cascata nos despertou a atenção. Para recriar este ambiente, utilizamos papel higiénico humedecido com uma esponja para criar “quebras de água” que imitam o seu movimento. A aplicação de cola branca ajudou a fixar o papel na área designada para a água, criando uma base sólida para a pintura. A coloração foi feita com uma paleta de cores variadas que incluíram tons de azul, verde e branco, capturando dessa forma a complexidade e beleza das águas do rio.
Para a representação das folhas naturais que se encontram por baixo da rã, utilizamos folhas de acetato de várias cores (verde, amarelo e laranja) que permitiram simular as nuances e as suas variações identificadas. Os acetatos foram dissecados com um bisturi para criar detalhe das formas curvas e das nervuras, adicionando dessa foram mais textura. Para o processo de colagem optamos por utilizar cola branca uma vez que proporcionava transparência e uma melhor aderência.
Este projeto proporcionou-nos uma excelente oportunidade para aprimorar as nossas habilidades e expandir o nosso conhecimento sobre a técnica de collage. Durante todo o processo de desenvolvimento da composição, enfrentamos vários desafios, nomeadamente, o trabalho com as folhas de acetato, que são finas e delicadas, e a exploração da técnica que utiliza a cera derretida. No entanto, trabalhar e dominar estes materiais diferentes criou uma nova dimensão ao nosso processo criativo e o processo de fusão dos mesmos com o desenho foi bastante desafiador, mas extremamente satisfatório e enriquecedor.