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Trabalhos 2023/2024

Photo Frame

Colégio Internacional de Vilamoura (Loulé)

Escalão: 

Fotos do trabalho:

O que motivou a escolha da paisagem representada?
No seguimento das aulas de Biology sobre ecossistemas os estudantes queriam saber mais sobre a Geodiversidade que sustenta a Biodiversidade e que está na base do ecossistema onde se encontra a escola inserida.
Também teve relevância para a escolha da paisagem a representar, o apelo estético, a inspiração artística, a experiência espiritual e o lazer.

Memória descritiva:
1. Aula de Biologia
Sendo a Biodiversidade um dos conteúdos abordados na disciplina de Biology, as oito estudantes do Year 9 (equivalente ao 8º Ano de Escolaridade) estavam preparadas para melhor compreenderem o objetivo do projeto e para apreciarem uma série de aulas de Art & Design que daria continuidade às suas aprendizagens, assim como lhes possibilitaria expressarem os seus sentimentos em relação ao espaço a estudar. Tendo estas estudantes estudado os ecossistemas na sua generalidade sabiam que todos os diferentes organismos interagem entre si e com o seu habitat. Quiseram assim perceber melhor os diferentes habitats dos espaços que circundam a escola, assim como as diferentes espécies que habitam estes habitats tão diferentes, como no solo do bosque nas traseiras da escola, ou nos lagos dos campos de golf, ou ainda nas dunas e falésia da praia de Vilamoura. Propuseram-se assim a fazer o levantamento da flora e fauna do espaço circundante da escola.
2. Saídas de Campo
A primeira saída de campo foi organizada pela professora da disciplina de Art & Design e teve como objetivos;
1. Incentivar as estudantes a manter um contacto mais direto e regular com a natureza.
2. Mergulhar as estudantes na biodiversidade existente no bosque/mata que circunda a escola.
a) Enquadramento Geológico
O Colégio Internacional de Vilamoura insere-se nos terrenos do Empreendimento turístico de Vilamoura na Orla Algarvia, também designada por Orla Meridional que se localiza a sul do Maciço Hespérico e a norte do domínio marinho.
Os terrenos que circundam a escola integram áreas com distintas formas de ocupação de solo, que dão origem a diferentes tipos de habitats, destacando-se as zonas húmidas dominadas pelo caniçal, as áreas de terrenos agrícolas, zonas de mata/bosque, os campos de golfe, e uma zona com densa vegetação Ripícola ao longo da Ribeira de Quarteira.
b) Atividade
Equipadas com os seus telemóveis, sketchbooks, lápis, guias de natureza, vestuário adequado e água; estudantes e professora saíram da escola e, em cerca de uma hora e meia (1 aula) percorreram uma parte da zona de bosque que envolve o CIV. (slide 1). Bosque este composto por pinheiros, eucaliptos, azinheiras, alfarrobeiras e arbustos como o medronheiro, o zimbro, a aroeira, o rosmaninho, a madressilva, e flores como o pampilho, a tápsia, o tojo-arnal, as pascoinhas, a esteva, a borragem, os cardinhos-das-almorreiras, a chicória, as alcachofras-de-s.joão, o dente-de-leão, a soagem, a corriola-rosada, o fel-da-terra, ao gambanito, a maria-fia, a giesta, a flôr-de-ouro, entre outras. Plantas que atraem visitantes muito especiais, desde inúmeras espécies de insetos, aranhas, borboletas e pássaros, a camaleões, lagartixas e pequenas cobras.
Anteriormente à saída de campo, a professora tinha partilhado com as estudantes os objetivos, o tempo total do percurso, paragens a realizar, tempo em cada paragem, o trabalho a realizar e as normas de segurança.
As estudantes levaram consigo os folhetos e as pequenas brochuras adquiridas no Centro de Estudos da Natureza, outrora vizinho da escola e agora, para grande tristeza de todas, encerrado, onde constam as espécies, tanto da fauna como da flora que poderiam ser observados localmente. As estudantes mostravam-se esperançosas de ter a oportunidade de observar algumas das espécies que constam das brochuras pois estavam ao corrente da abundante presença de aves como o Pintassilgo, Verdilhão, Rouxinol-bravo, Carraceiro, Estorninho-preto, Chapin-real, Abibe, Poupa, Pega, Melro e Rola-brava; assim como da presença de ouriços, camaleões, gafanhoto-mediterrâneo e até de cágados, devido à proximidade dos lagos e Ribeira de Quarteira.
A professora partilhou ainda com as estudantes que quanto mais devagar se movimentassem, e quanto mais silenciosas se mantivessem, mais animais conseguiriam observar. Disse-lhes ainda que nunca se deve perturbar as animais ou arrancar plantas ou partes de árvores ou arbustos, e, claro, não deixar lixo na natureza.
Ao longo da caminhada as estudantes foram fazendo pausas para fotografar e desenhar no seu sketchbook, as espécies que iam observando.
As seguintes saídas de campo aos lagos, Ribeira de Quarteira e praia foram realizadas individualmente pelas estudantes e fora do tempo escolar.
3. Aulas de Art & Design
As aulas têm a duração de 90 m (2 aulas de 45 m) e acontecem 1 vez por semana.
Aulas 1 e 2 - Nas aulas de Art & Design, as estudantes partilharam entre si as fotografias e desenhos realizados, assim como o material recolhido no solo. Foram abordadas em sala de aula as diferenças dos ecossistemas estudados (bosque, praia, lagos e Ribeira de Quarteira), em termos de flora e fauna. Depois deste primeiro momento de reflexão as estudantes imprimiram as fotos selecionadas e construíram diários de bordo coletivos. Estes diários de bordo foram construídos reciclando cartão, alguns em formato de um livro Leporello, e contêm as fotografias selecionadas pelas estudantes. (slide 2)
Aulas 3 e 4 – Depois de construídos os diários de bordo as estudantes dedicaram uma aula à identificação das espécies observadas - flores, árvores e arbustos, insetos e aves dos ecossistemas estudados, através do sítio da Associação Almargem (Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve) https://almargem.org/biodiv/page/2/
Neste sítio as estudantes encontraram e registaram nos seus sketchbooks tanto o nome comum, como o nome científico das espécies observadas.
Aula 5 e 6 - Partindo de um PowerPoint criado pela professora de Art & Design, as estudantes foram introduzidas às variantes da técnica de Collage. Seguidamente selecionaram a variante da técnica de colagem que pensaram ser a mais adequada à mensagem que queriam transmitir (uma emoção ou um sentimento tido durante a saída de campo/ uma preocupação ambiental/ um grito de alerta/outra) e escolheram uma das paisagens da proximidade da escola - bosque, lagos, Ribeira de Quarteira ou praia.
Uma vez escolhida a paisagem as estudantes selecionaram as espécies que queriam ver representadas e reproduziram-nas, utilizando para tal a técnica de aguarela. (slide 3). Estas imagens (plantas, insetos e aves) seriam posteriormente recortadas e utilizadas nas suas colagens.
Aulas 7 e 8 – De uma caixa de papel para reciclar (pinturas já existentes na sala de aula, restos de papéis de outros trabalhos, experiências de técnicas variadas) as estudantes selecionaram os materiais que melhor se adequavam à ideia que queriam transmitir (slide 4).
Observando as imagens coladas nos diários de bordo e os desenhos nos seus sketchbooks e, servindo-se dos papéis selecionados as estudantes deram início às suas colagens. Num primeiro momento as estudantes identificaram a geodiversidade da sua paisagem escolhendo assim as cores e texturas que melhor as representassem. Num segundo momento fizeram a montagem provisória da paisagem utilizando pastilhas UHU patafix. Para os recortes (árvores, arbustos, flores e aves) as estudantes utilizaram as mãos e tesouras, adequando o modo de recortar ao efeito que pretendiam. Uma vez a paisagem montada as estudantes, utilizando cola UHU Universal, colaram os seus elementos definitivamente.
O trabalho de colagem decorreu ainda durante as aulas 9 e 10, vindo a concluir-se na quarta-feira dia 22 de maio, dia da biodiversidade (slides 5 e 6). O último momento destas aulas foi dedicado a uma retroação sobre o projeto. Entre todas foi acolhida com alegria a ideia de em breve montarmos uma exposição na biblioteca. Desta exposição farão parte os diários de bordo criados pelas estudantes, uma mesa de natureza contendo os elementos recolhidos no solo, as brochuras e livros de apoio ao projeto e os trabalhos finais.
As jovens estudantes têm esperança de que os colegas ao entenderem o processo criativo e a motivação que deu alma ao projeto possam também partilhar do seu sentimento, de que quanto mais nos ligarmos à natureza mais vontade temos de a proteger.
Webgrafia
Associação Almargem (Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve): https://almargem.org/biodiv/page/2/. Consultado a 24 de abril de 2024.
Algarvensis Geoparque: https://geoparquealgarvensis.pt/biodiversidade/79-hotspots/442-ribeira-de-quarteira
Bibliografia
Bevia H., Resines A. (tradução). Conhecer as Árvores: Guia ilustrado da identificação de 100 espécies de árvores. Girassol Edições.
Câmara Municipal de Loulé, Almargem. Observar Aves no Concelho de Loulé: Roteiro ornitológico.
Isabel M., Carvalho B. (2017). Um Ano Inteiro. Almanaque da natureza. Planeta Tangerina.
Dias. A. P. M., Rosário T. I., Carvalho B. (2014). Lá Fora. Planeta Tangerina.
Parque Ambiental de Vilamoura. Folhetos e pequenas brochuras.
Abreu J., Pedrosa M., Matoso M. (2022). Procuras Uma Árvore? Como descobrir as principais espécies de Portugal. Museu da Paisagem.